segunda-feira, 23 de março de 2009

ANTROPOZOOMORFISMO E HIBRIDISMO

ANTROPOZOOMORFISMO E HIBRIDISMO

“Híbrido
do Lat. hibrida ou hybrida http://www.priberam.pt)

“Os egípcios eram politeístas. Adoravam vários deuses, em cerimônias patrocinadas pelo estado ou pelo povo. Geralmente os deuses possuíam formas de animais (zoomorfismo) ou uma mistura de homem e animal (antropozoomorfismo)”.( http://br.geocities.com)

Desde a antiguidade o ser humano se depara com pensamento de que seu corpo é obsoleto comparado ao meio do qual veio, a natureza. O fato de não poder controlar ou superar, algo que a principio julga inferior, como o corpo que possui, fez com que a humanidade criasse um respeito imenso por essa.

“Talvez tudo se explique pela desconfortável maneira como nossa espécie se relaciona com seu passado animal. Ou, dito de modo menos impactante, negamos culturalmente, embora saibamos por instinto e genética, o peso dessa verdade desde quando ela ainda não era formulada teoricamente, mas pressuposta por uma incômoda certeza atávica gravada em nossos comportamentos e atos não racionalizados. É uma consciência que nos ficou como rescaldo do processo evolutivo, anterior ao conhecimento da própria evolução das espécies, da qual somos parte, herdeiros e continuadores.” (MARCELO FRANZ, 2008, p,1)

Pintura feita por Boris Vallejo
Foto: (http://www.centaursite.com)
Há vestígios de inúmeras culturas que em busca de melhorar o próprio corpo fantasiavam criando seres antropozoomórficos, característica atribuida aqueles que são metade homem e metade animal, com habilidades animais e extremamente superiores a dos humanos. Esses seres, em sua maioria , eram ditos como monstros em certas culturas, devastando civilizações e causando terror na sociedade, como o minotauro. Porém para alguns povos como os egípcios e astecas, os seres metade homem metade animal eram visto como divindades, que além de possuírem a racionalidade humana e a aparência meio animal possuíam também atributos especiais resultantes da fusão de ambos.
“Marca do sobrenatural, do maravilhoso e do fantástico, a metamorfose se manifesta nos ritos e narrativas ancestrais de três modos distintos: antropomorfismo (atribuição de características humanas a seres vivos ou a elementos naturais), zoomorfismo (atribuição de características animais a humanos) e antropozoomorfismo (característica atribuída aos seres cujo corpo é parte humano, parte animal). É um tema-chave de várias mitologias, e se constitui como um dos mais importantes aspectos da ação divina. Só os deuses, pelos motivos mais variados, podiam metamorfosear a si próprios e aos outros, fazendo desse poder um instrumento para atingir os seus desígnios.(...)Ao longo do tempo, em diferentes contextos culturais que partem do ritualístico para a arte, nota-se uma infinidade de relatos de metamorfose em que sacerdotes, iluminados, divindades e demônios costumam tomar a forma de animais, compondo aspecto inusitado e anormal, que reforça a sua grandeza (benigna ou maléfica), justificando o temor dos crentes.” (FRANZ, Marcelo, 2008, pdf.pg.2)
Ré, Deus Egípcio
Foto: www.imagick.org.br
Anúbis, Deus Egípcio
Foto: www.imagick.org.br

“Em algumas culturas antigas, os deuses adquiriam aparência animal (zoomórfica) por se acreditar que traziam os melhores atributos físicos e mentais desejáveis ao homem, como a velocidade de um puma. Os egípcios mesclaram aspectos animais com humanos (antropozoomorfismo), como Rá, O Deus Sol, com o corpo de homem e cabeça de falcão.” (www.comunidadeespirita.com.br)
Hoje em dia a idéia de corpo obsoleto ainda existe, e se mostra presente constantemente. O homem, muitas vezes, ainda tem como referência a natureza que sempre nos ajuda a fazer mecanismos mais fortes, eficientes ou nos leva a auto superação do próprio corpo, como o artista Stelarc faz. Mesmo que não cultuemos mais os seres metade homem metade animal e nem os temamos mais esses sempre se fazem presentes em nossa sociedade e futuramente podem vir até mesmo a existir com base na tecnologia que, como Stelarc, cientistas vem criando.



Escrito por Maria Júlia, Felipe Oliveira e Luis Henrique

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